domingo, 4 de dezembro de 2011

Estado do Carajás: O Estado do futuro

Descentralizar a administração da região, melhorar a qualidade de vida da população, proporcionar um melhor dimensionamento territorial, melhorar o controle ambiental, aumentar os investimentos dentro do eixo Araguaia/Tocantins, identificar, evidenciar e explorar de maneira sustentável as peculiaridades geopolíticas dos 38 municípios que compõe os mais de 280 mil quilômetros quadrados do futuro estado do Carajás, ou melhor, do estado do futuro.  A criação do Estado do Carajás é, portanto, uma dentre as diversas propostas contemporâneas de divisão territorial apresentadas como solução para os problemas de desenvolvimento regional do imenso estado do Pará que possui 1.248.000 quilômetros quadrados.
Neste sentido, é defensável a divisão do Estado já que em uma vasta extensão territorial, fica complicado, se não, quase impossível, administrar a região, uma vez que o Estado do Carajás constituído ficaria a cerca de 500 quilômetros da capital, Belém. O entendimento que se tem a partir da grandeza do Pará, não apenas em dimensões geográficas, mas também no que diz respeito à cultura, a sua gente e aos recursos naturais, traz a reflexão sobre o desmembramento e a criação do Estado do Carajás no sentido de atender à demanda por infra-estrutura, cada vez mais alargada pela distância geográfica, e promover políticas públicas efetivas para transformar estes 38 municípios em um pólo de desenvolvimento.
É imprescindível que a população entenda o verdadeiro significado da criação de um novo estado, fortalecido, com administração pública próxima, com a exploração de suas potencialidades e aproveitamento de seus recursos naturais de maneira sustentável, social e ambientalmente responsável. Deve-se refletir: onde não há administração eficiente, não há, por sua vez, regras e leis; onde não existem leis, não há formas de controle sobre o que entra e sai da região.
Desta forma, defendo com veemência, a aprovação do PDL (projeto de decreto legislativo) no Congresso Nacional, que sugere a realização de um plebiscito para que o povo decida entre criar ou não um estado que vai gerar riquezas, desenvolvimento e projeção para todos os paraenses, o Estado do Carajás. Neste sentido, a mídia, de uma forma geral, deve contribuir para o debate público com o objetivo de esclarecer a população sobre este plebiscito, onde a vontade do povo será soberana e efetiva.
Cabe, então, uma reflexão: agora não é o momento de se ater a “perrengues” políticos, mas de se ater e pensar, em primeiro lugar, na população e no desenvolvimento da região. Por isto, é necessário aprovar o plebiscito, um instrumento democrático que fará uma avaliação do posicionamento da opinião pública sobre um modelo geográfico de mais de 390 anos, herança dos nossos colonizadores, mas que não atende mais às necessidades da população, diante da nova realidade. É de suma importância que se redesenhe esta região para que ela tenha maior eficiência.
Ao falar em eficiência, vale salientar a necessidade de, ao criar o Estado do Carajás, instaurar uma máquina pública nova, enxuta e eficiente capaz de fortalecer politicamente a região. Isto geraria mais custos? Sem dúvida alguma.
Entretanto, todos sabem que investimentos geram custos, mas quando bem aplicados, geram resultados que superam os custos. Isto ocorre quando, na relação custo/benefício, este último é preponderante. Ao se criar o novo Estado, a região contará com administração direta, com representantes próximos nos três poderes, capazes de lutar pelas causas da população destes municípios. Por isto, a minha defesa para que se ouça a vontade do povo e para que o povo possa sabiamente escolher pelo melhor, a criação de um novo Estado, o Estado do futuro: Estado do Carajás!
* Jornalista, assessora de imprensa, professora do curso de Comunicação Social em Brasília e Mestre em Comunicação pela UNB  Universidade de Brasília.

Um comentário:

Leonardo Amaral disse...

Eu sou paraense e totalmente contra a divisão do Pará, que envolve mais interesses políticos do que econômicos. Devido a necessidade de construção de novas assembleias, tribunais, palácios, quarteis, e criação de cargos eletivos e comissionados.

Já basta os corruptos do nosso país, eleger mais seria desnecessário. O tráfico de interesses domina parte da política brasileira. Em um país onde votam-se em projetos, não porque o projeto é bom e poderá favorecer a população, mas sim, porque quem o criou é da base aliada, ou, o partido de quem o criou oferecerá cargos públicos como brinde.

Esse povo aí que quer dividir o Pará vão ter que suar muito para me convencer de que tal divisão tem como foco a população paraense. Em um país onde o que prevalece é o jogo de interesses, fica difícil acreditar nessa conversa fiada que dizem por aí.

O Governo do Pará pode muito bem injetar recursos, para o bem-estar da população, através das prefeituras de cada cidade.

O Governo Federal poderia criar políticas distributivas específicas para a região, com o intuito reduzir as disparidades dos estados do norte e nordeste do Brasil com o restante do país. Estimular o desenvolvimento econômico sustentável, por meio de incentivos fiscais, a fim de que os empresários utilizem os recursos naturais de forma responsável.

Em 2010, o Pará arrecadou 12,2 bilhões de reais em impostos e repasses federais, parte desse montante poderia ser aplicado no próprio estado.

É por esses e outros motivos que sou radicalmente contra a divisão do Pará.

Pará, eu te quero grande!

Leonardo Amaral

www.editoraamaral.com.br/leonardo.amaral.html

OfuxicO

OfuxicO
Leia, assine e anuncie